Este espaço foi pensado para divulgar e discutir a Cidade de Ipu/CE de uma forma bem espontânea, através de crônicas, causos, versos, além de opiniões e comentários diversos, tanto do autor, quanto dos nossos visitantes. O blog IPU EM CRÔNICAS E VERSOS, embora com muita humildade, busca também promover as peculiaridades do Nordeste através do cordel, uma das expressões mais originais de nossa cultura. Sejam todos bem-vindos! (Ricardo Aragão)



7 de abril de 2010

CASARÕES DO IPU

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CASAS DE BITIÃO E ANTÔNIO MARTINS







Por Boris (em 13.05.2007)




Este cantinho do “Quadro da Igrejinha” tem muita coisa em comum para mim e Celininha, minha esposa. À esquerda, já totalmente descaracterizada, a casa onde nasceu meu pai Bitião e todos nós, filhos dele e de nossa saudosa mãe Anna Cavalcante Aragão (Dª Nana). No canto, ao lado do velho sobrado da Rua da Goela, a casa do seu Antônio Carvalho Martins e Dª Auri Lourenço Martins. Naquele recanto, moramos anos e anos, lado a lado, numa saudável e amistosa vizinhança, convivendo quase fraternalmente uma amizade sincera e respeitosa. Não sabíamos, contudo, eu e Celininha, que o destino reservava para nós a continuidade daquela feliz convivência, inobistante o que pudesse acontecer com nossas casas do “Quadro da Igrejinha”. Elas mudaram de donos, mudaram de aparência, mas, continuam muito vivas na história do Ipu. A casa do seu Bitião e a casa do seu Antônio Martins, principalmente para nós, Celininha e eu, que, mesmo involuntariamente, começamos a nos conhecer ali, na sombra acolhedora do velho tamarineiro, e quem sabe, despertando para um sentimento maior, até então não identificado, que somente alguns anos depois, quando já separados pela distância, voltamos a nos aproximar, desta vez unindo-nos para sempre, sabendo o que realmente queríamos, consolidando a felicidade que nos fora reservada e que generosamente dividimos com os nossos filhos que hoje repartem com nossos netos. Esse é o nosso grande patrimônio, a herança deixada pelos nossos antepassados, do sentido verdadeiro da família e o vínculo permanente às nossas raízes.




Boris & Celininha




Antônio Tarcízio Aragão (Boris), nasceu no Ipu em 07/11/1940. Trabalhou por 28 anos ininterruptos na agência do Banco do Brasil de sua terra natal, onde se aposentou, intensificando sua atenção à atividade agro-pastoril, que o levou, por duas vezes, a assumir a Secretaria Municipal de Agricultura de Ipu. Nas letras, publicou diversas crônicas em jornais e páginas eletrônicas de Ipu. Em janeiro de 2009, foi convidado para a Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes – AILCA, ocupando a cadeira nº 28 por pouco tempo, pois faleceu em abril daquele ano, vitimado pelo câncer. Boris deixou um legado de dignidade, honradez e, acima de tudo, respeito pelas pessoas e por sua terra natal, Ipu. (Ricardo Aragão)




Postado por:

Ricardo Aragão
Ipu(CE), Abr/2010



Redação:
Boris




Fotografia e Edição:
Ricardo Aragão


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6 comentários:

GENTE DE MÍDIA disse...

Que saudades do amigo TB.

Sugestão de titulo para uma série dos artigos "Casarões do Ipu" no SITE DA AFAI (Alô JP e AS):

Vale a pena ler de novo!

PR

José Carlos Dias de Sousa disse...

Parabenizo ao jovem Ricardo Aragão
pela excelente iniciativa cultural efetivada pela criação do Blogger "IPU EM CRÔNICAS E VERSOS". Que os ipuenses, de nascença ou de coração, colaborem sempre.- com suas participações. Valeu!!! Amigo Ricardo!!!

Abilio Martins disse...

Saudades...

Júlio Tôrres disse...

Parabéns, Ricardo, pela saudosa crônica do Boris.

Dalinha Catunda disse...

Olá Ricardo,

Sei que Borís deixou muita coisa escrita,é muito importante rea presentá-las.
Acho até oportuno que elas figurem no livro da AILCA.
Creio que no momento certo, Celininha publicará o livro do nosso imortal Borís.
Amei o relato sobre os casarões e as histórias que eles abrigaram.
E mais, gosto de ver você, Ricardo, entrando em ação, agitando seu blog e tocando a boiada.
Palmas, para você!!!!
Dalinha Catunda

Ana Silvia Martins Aragão disse...

E com esta linda estória de amor, que só nos enche de mais saudade, fazendo escorrer lágrimas... Felizes são os seis descendentes do casal, que nasceram num verdadeiro ninho de amor.