Este espaço foi pensado para divulgar e discutir a Cidade de Ipu/CE de uma forma bem espontânea, através de crônicas, causos, versos, além de opiniões e comentários diversos, tanto do autor, quanto dos nossos visitantes. O blog IPU EM CRÔNICAS E VERSOS, embora com muita humildade, busca também promover as peculiaridades do Nordeste através do cordel, uma das expressões mais originais de nossa cultura. Sejam todos bem-vindos! (Ricardo Aragão)
8/27/2008
PARABÉNS, IPU!
168 ANOS!
Comemora aniversário
Nossa querida cidade
Lugar de gente alegre
Fartura e prosperidade
É a “Terra de Iracema”
Berço de canto e poema
De paz e felicidade
Tu és lembrada por todos!
Pois quem nunca ouviu falar
Daquela história contada
Que todos hão de lembrar
Da índia que aqui andava
E na Bica se banhava
Segundo Zé de Alencar?
Ipu, querida cidade
Lugar de muita beleza
Onde vive o Ipuçaba
De grandiosa riqueza
Um rio que nasce pertinho
E correndo de mansinho
Mostra toda sua grandeza
Rio que desce da serra
Demonstrando singeleza
Ao findar a Ibiapaba
É mostrada sua grandeza
O nosso cartão postal
Nossa Bica é sem igual
Exuberante natureza!
Ipu, hoje é o teu dia
Receba um grande abraço
Dos teus filhos e amigos
Que não desatam o laço
E amam muito esta terra
Este pezinho de serra
Que do céu é um pedaço!
Finalizando estes versos
Escritos com o coração
A cada ipuense eu deixo
Pequena reflexão
Você que ama a terrinha
Terra que é sua e minha
Por ela tem devoção?
Pois se tem chegou a hora
De mostrar como se faz
Para salvar nosso Ipu
De um destino voraz
Cuidando desta cidade
Com bastante lealdade
Muito zelo e muita paz!
Pois quem ama sua terra
E por ela tem respeito
Não a deixa mal-tratada
Basta só cuidar direito
Fazendo com devoção
E usando o coração
Pro Ipu ficar perfeito
Ricardo Aragão
Ipu, 26.08.2008
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8/25/2008
ABÍLIO MARTINS
Por Antonio Vitorino
Com muito orgulho, usarei este espaço para falar um pouco de meu bisavô, Abílio Martins. O texto abaixo, foi escrito pelo historiador Antônio Vitorino, companheiro do Grupo Outra História, baseado em informações cedidas por minha mãe, Celininha. Eis, pois, um breve histórico de quem foi o Dr. Abílio Martins:
Abílio Martins nasceu em Ipu no dia 21 de novembro de 1883. Filho do coronel Antônio Manoel Martins - fazendeiro e grande comerciante, possuindo estabelecimentos comerciais nos estados do Ceará, Piauí e Pará - e de Adelaide Timbó, Abílio freqüentou três anos do curso de medicina em Recife. Depois disso foi para o Rio de Janeiro, onde bacharelou-se em Ciências Jurídicas e sociais.
De acordo com o almanaque de 1961, Abílio Martins não abraçou “com amor a causa que lhe deu o pergaminho”. Ainda segundo o citado Almanaque Abílio gostava do jornalismo, “sendo bom poeta, prosador e dramaturgo” .Abílio escrevia para jornais de fortaleza e fundou no município de Ipu juntamente com Thomaz de Aquino Correia e Eusébio de Sousa, o Correio do Norte, o mais importante periódico fundado na Terra de Iracema e de circulação mais demorada (1918 – 1924).
Teve carreira política regular. Foi deputado estadual por duas legislaturas e depois chefe de polícia e segurança pública do Estado do Ceará no governo de Justiniano de Serpa (1920 – 1923). Em fins da década de 1920 aparece como chefe político e nome mais influente do Partido Democrata de Ipu. Como deputado apresentou em 1913, na assembléia Legislativa, um projeto, sendo aprovado, que autorizava a contratação de serviço de canalização de água da cidade.
Foram obras federais conseguidas por intermédio de Abílio Martins para o município de Ipu durante a seca de 1919, a construção do Açude Bonito e da Estrada Ipu-São Benedito.
Abílio Martins faleceu em 26 de setembro de 1923 de uma síncope cardíaca, quando exercia o cargo de Chefe de Polícia do Estado, aos 39 anos de idade.
No mesmo ano de sua morte, Ipu prestou-lhe homenagem, dando o seu nome à sua praça principal e a Estação Ferroviária da então localidade de Curupatí, que, também, veio mais tarde a denominar-se Abílio Martins. Seu nome também aparece numa rua do bairro da Parquelância, em Fortaleza.
Abílio Martins casou-se com Celina Carvalho Martins com quem teve cinco filhos: José Carvalho Martins que era bioquímico no rio de Janeiro tendo falecido no ano de 2000; Francelina Martins Araújo, viúva do ipuense Dr. Francisco Araújo; Adelaide Carvalho Martins, falecida aos 18 anos de idade; Antônio Carvalho Martins, funcionário público federal, falecido em 1992 e Guarany Carvalho Martins, contabilista, falecido em 1999.
Membro da Associação 7 de Setembro. É tido como o fundador do Gabinete de Leitura Ipuense, cujo idealizador foi Chagas Pinto. Passou a ser sócio honorário do Gabinete. Não aparece como membro das outras associações provavelmente por sua morte prematura em 1923.
Abílio Martins foi um dos líderes do partido democrata no município que deu suporte à candidatura em 1920 de Justiniano de Serpa, candidato situacionista. Foi por intermédio do jogo político que Abílio Martins junto com seus correligionários, que gozavam de prestígio junto ao governo do Estado, conseguiram a liberação de obras contra a seca para a cidade de Ipu.
Dados Biográficos extraídos em parte de “Dados Biográficos do Dr. Abílio Martins” cedido por Maria Francelina Martins Aragão, esposa de Antônio Tarcízio Aragão (Boris), neta de Abílio Martins.
Redação:
Antonio Vitorino
(Grupo Outra História)
Informações e Pesquisa:
Maria Francelina Martins Aragão
(Celininha)
Edição:
Ricardo Aragão
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8/17/2008
NO MEU IPU, O QUE MAIS DÓI...
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NÃO É A VELHA ESTAÇÃO DESPENCANDO,
TAMPOUCO NOSSA IGREJINHA RUÍNDO.
MAS DO JEITO QUE AS COISAS VÃO ANDANDO,
COM MUITA GENTE PRA ISSO TUDO RINDO,
É VER UM DIA O IPU, LEMBRANDO,
DAQUELE TEMPO QUE ERA TUDO LINDO.
MAS TENHO CRENÇA, MEU IPU QUERIDO,
QUE TUA GENTE DE PODER TÃO GRANDE,
TAL FORTE POVO, BRAVO E AGUERRIDO,
NÃO FUGIRÁ DA LUTA UM INSTANTE.
MAS MUDARÁ PRA SEMPRE ESTE ALARIDO
E FARÁ DE TI, DE NOVO, O IPU GRANDE.
RICARDO MARTINS ARAGÃO
DEZ/2006
Parodiando O que mais dói (Patativa do Assaré)
SETEMBRO: BICA SECA
Quando entrar setembro,
e a boa nova andar nos campos.
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou.
Juntos outra vez.
Já sonhamos juntos,
semeando as canções no vento.
Quero ver crescer nossa voz
no que falta sonhar.
Já choramos muito,
muitos se perderam no caminho.
Mesmo assim não custa inventar
uma nova canção que venha nos trazer.
Sol de primavera
abre as janelas do meu peito.
A lição sabemos de cor,
só nos resta aprender.
(Sol de primavera, Beto Guedes)
"Quando entrar setembro" em nossa Terra de Iracema, não temos nada de “boa nova”. Pelo menos em relação à Bica do Ipu, que praticamente “desaparece”.
“Já sonhamos juntos” por uma natureza não agredida pela ganância e irresponsabilidade do homem.
“Quero ver crescer nossa voz” na defesa de nosso meio ambiente e na manutenção de nossa Bica. Sempre viva! Perene! Caudalosa!
“Já choramos muito” pelas agressões causadas ao nosso Riacho Ipuçaba e pela falta de compromisso das pessoas que poderiam fazer algo para salvá-lo.
“Mesmo assim não custa inventar uma nova” ação “que venha nos trazer” a Bica e o Ipuçaba de volta.
Bica Seca: apesar de chocante, tenho que mostrar! Pois é assim que ela fica quando chegam os famigerados “bê-erre-o-brós” e, com eles, a escassez das águas do Ipuçaba que, somada à falta de conscientização daqueles que tiram do riacho seu sustento, não tomando os devidos cuidados para evitar o assoreamento de suas margens e a manutenção de suas matas ciliares, causa esse efeito horrendo: A NOIVA SEM VÉU!
Salvemos nosso Ipuçaba e recuperemos o esplendor da Bica do Ipu!
“A LIÇÃO SABEMOS DE COR, SÓ NOS RESTA APRENDER!”
Ricardo Aragão
12.09.07
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